quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Reparo Tecidual

  O Reparo é uma resposta natural do corpo à injuria e envolve uma sequencia de eventos altamente independentes que se sobrepõe no tempo.
O reparo de um tecido pode ser dividido em três fases, sendo elas A INFLAMATÓRIA, A PROLIFERATIVA E A REPARADORA.
Fase Inflamatória: também chamada de exsudativa ou defensiva, caracteriza-se pelo processo inflamatório local com a presença de sinais típicos (dor, calor, rubor e edema, podendo alcançar a perda da função local). Se inicia no momento que ocorre a agressão ao tecido e se prolonga por um período de até 7 dias. Objetiva preparar o local para o novo tecido que crescerá.

Fase Proliferativa: também chamada de reconstrutiva ou fibroblástica, pode se estender por 3 semanas e é caracterizada pela mitose celular. A reconstituição da matriz extracelular e o desenvolvimento do tecido de granulação ocorre devido à deposição de colágeno, fibronectina e devido a outros componentes.

- Fase Reparadora: também chamada de fase de maturação ou de remodelação, possui início próximo da terceira semana da agressão e seu término pode passar 12 meses. É caracterizada pelas transformações que ocorrem no tecido de cicatrização, sendo estas devido à diminuição progressiva da vascularização e da quantidade de fibroblastos e a reorientação das fibras de colágeno. Nesta fase, a cicatrização torna-se mais plana e macia e podem ocorrer defeitos na cicatrização, como quelóides, cicatrizes hipertróficas e hipercromias.
O reparo tecidual pode ocorrer de duas formas: por cicatrização, no qual uma marca fica na área atingida; ou por regeneração, na qual o tecido lesado retoma as características iniciais e originais do tecido. Durante a fase proliferativa do Reparo, células dos tecidos e vasos ao redor da lesão migram atraídas por agentes quimiotácteis e proliferam no seu interior. Os componentes da matriz extracelular mediam interações célula-matriz (por exemplo, adesão) e funções (como migração celular), desempenhando um papel critico no processo de reparo tecidual. Diversos fatores de crescimentos e citocinas (liberadas por plaquetas ativadas, leucócitos e diversas outras células do tecido lesado) modulam importante funções celulares como migração, diferenciação e proliferação, ajudando a regular o reparo. Durante a fase de remodelamento, células degradam o tecido de granulação da ferida e o substituem com um tecido que difere do de granulação quanto a estrutura e composição, mas mais parecido com o tecido original. O reparo ao redor de implantes e materiais em adultos pode levar a uma resposta tipo corpo estranho e resulta na formação de um tecido fibroso que encapsula os implantes. É importante enfatizar que problemas que impeçam ou atrasem o processo de reparo podem causar sérias complicações clínicas impondo a necessidade de remover o implante.

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